O professor Dimas Antônio é uma espécie de "mosca-branca" da educação, nasceu em Minas Gerais, registrou-se em Poxóreu, criou-se em Barra do Garças e hoje se diz Cuiabano de coração. Meio mineiro, meio goiano, meio matogrossense, ele já exerceu profissões que nada fazem lembrar sua atual ocupação, como: empresário do ramo de confecções e bancário. Ex- aluno de colégio salesiano, Dimas cursou Letras na UFMT, onde conquistaria o sucesso como educador. A receita desse sucesso, aliás, deve ter raiz na versatilidade da sua formação humanística. Esse "homem-sem-pátria" revela uma personalidade simples, inteligente e sincera que encanta todos que dele se aproximam. É , aliás,o "segredo" do seu trabalho: encantar para educar.
Autor de dois livros, duas peças de teatro, dois CD's áudio e dois CD's-room, Dimas declarou-nos que a paixão pela literatura surgiu ainda na infância. Estudante de um antigo colégio salesiano do município de Barra do Garças, o jovem Dimas teve contato com a célebre obra romântica " O Seminarista", de Bernardo Guimarães. talvez por identificar sua vida com a ficção, essa obra teria lançado um encanto sobre o jovem que, mais tarde, já aluno de letras, se confirmaria ao conhecer a obra "Vidas secas", de Graciliano Ramos. Como todo homem de letras, não nega, também, uma grande influência do mestre Machado de Assis. Segundo ele, a obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas" apresenta uma perspectiva da literatura absolutamente inovadora e que abriu seus olhos para novos caminhos dentro da ficção.
Em relação a literatura do Estado de Mato Grosso, o educador se diz impressionado com autores como Ricardo Guilherme Dicke e Hilda Gomes Dutra magalhães, essa última, coincidentemente, sua inesquecível mestra dos tempos de faculdade.
Como professor, ele admite que foge do padrão, pois, quando saiu da faculdade, já estava cansado da postura tradicional de educador, cansativa e monótona. Assim, sua forma de trabalhar passou a ser inovadora, sempre buscando fugir da mesmice em sala de aula. Em 2001, pensou em unir a literatura a algo que os jovens gostassem mais, e foi aí que surgiu a idéia de musicalizar a literatura.
O diferencial
Tudo começou com uma simples paródia, composta pelo próprio Dimas, mas que servia apenas para memorização dos alunos. Ele queria algo que realmente os envolvessem numa busca de conhecimento; e foi assim que começou a estimulá-los a produzir as músicas contendo textos de escritores brasileiros, bem como a própria teoria e a história da literatura. Segundo ele, num mundo modernizado como o nosso, que privilegia as novidades tecnológicas e principalmente o progresso digital, representado pelo microcomputador, parece que não há lugar para a leitura e o estudo da literatura. Estudar literatura é buscar nossa cultura através da linguagem, e a nossa linguagem representa o nosso povo.
A linguagem literária é, por excelência, uma linguagem simbólica, uma forma metaforizada de interpretar o mundo. Essa linguagem literária, lá na sua origem, era tecida da harmonia de duas formas de arte: poesia e música. Tais formas não eram como hoje, desatrelada uma da outra, música de um lado, poema de outro. O aprendizado é muito mais amplo e enfatizador e que abole a decoreba.
É dessa forma que desejo trabalhar com essa arte, para num futuro não muito distante alcançar o objetivo de musicar toda a literatura desde os primórdios até os dias atuais, diz o professor Dimas. Por falar em atualidade o professor Dimas ou DI+ como é conhecido pretende continuar produzindo seus CD's, como fez em 2002, quando lançou o primeiro Compact Disc com músicas produzidas por alunos do ensino médio; em 2003 surge o segundo CD-áudio e o primeiro CD-room, contendo 13 músicas, letras das mesmas, textos e fotos e, até mesmo, vídeo. Ainda esse ano, o professor pretende lançar o segundo CD-room, do Colégio Salesiano Dom Bosco, com direito a tudo isso e mais alguma coisa.
Dimas Está sempre envolvido em projetos. Recentemente, lançou o seu segundo livro: "Te Conto(s) Tudo" e, atualmente, ele que já escreveu duas peças de teatro (" O rico usuário e o pobre maconheiro" e "Velório de pobre") tem em um roteiro para cinema. Conforme ele mesmo nos adiantou, o roteiro fala do desconcerto do amor, mas de uma forma muito bem humorada, leve e jovem. Apesar de passar dos trinta anos, Dimas diz sentir-se jovem, talvez por ainda ser solteiro e talvez porque seu trabalho envolve essa realação direta com os adolescentes. No final das contas, ele acaba se sentindo como a garotada e isso, de certa forma, ajuda no exercício de sua profissão. Ele se sente bem e os alunos o adoram.
(por Paulo Henrique Alves Machado - Paulo é professor do " Colégio Salesiano Dom Bosco" de Cuiabá - profpaulo@bol.com.br) - Fonte: http://www.csdb.com.br/projetos.php?projeto=1
Nenhum comentário:
Postar um comentário