AULA INAUGURAL
IMEJ – APROVAÇÃO
Prof. Dimas
O MOMENTO QUE VALE A PENA
Um dia ele falou:"Vamos lembrar de um cara que veio fazer matrícula aqui no começo do ano,ou em maio, ou agora no finalzinho?! Lembra dele?! Você! Você tinha um sonho não tinha?! Não tinha um projeto para esse ano inclusive estendido para o ano que vem. Pois é?! Cadê esse cara!?Esse cara ta ai dentro de você! E você veio o ano inteiro superando as suas dificuldades.Só você sabe o quanto você passo de nervoso esse ano, problema familiar, emocional, financeiro e você veio o ano todo superando cada um desses probleminhas.Você veio brigando e diferente de um monte de amigo seu que foi ficando pelo meio do caminho você esta aí, você ta acreditando num sonho que você montou, um projeto de vida que você tem..."E FOI O DIA QUE O ANO VALEU A PENA!C:\Documents and Settings\seduc\Meus documentos\Video Aula !.htm
1-
O APRENDIZADO DA LEITURA - COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Português
Português para o Vestibular
Por: Dimas Antônio
Leitura de um texto
Interessa a todos saber que procedimento se adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que não existe para ela uma solução mágica, o que não quer dizer que não exista solução alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento lingüístico propriamente dito, um repertório de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo. A título e ilustração, observe a questão seguinte, extraída de um vestibular da UNICAMP:
Às vezes, quando um texto é ambígüo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Um bom exemplo é o texto que segue:
"As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pronográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais." (Folha Sudeste, 6/6/92)
É o conhecimento lingüístico que nos permite reconhecer a ambigüidade do texto em questão (pela posição em que se situa, a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios ou motéis). Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de freqüentarem motéis.Como se vê, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas as outras disciplinas sem exceção.
Três questões básicas
Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas:
- Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.
II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentatório.
Francisco Platão Savioli é Professor e Autor de Português do Anglo Vestibulares e também Professor Assistente Doutor de Língua Portuguesa, Redação e Expressão Oral do Departamento de Comunicações e Artes da ECA-USP.
1.1-Dicas de Interpretação de Texto
Português
Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade, isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (= argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e – que supõe má fé por parte de quem o apresenta).
Podemos, tranqüilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de um texto
Para isso, devemos observar o seguinte:
1. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto.
2.Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente.
3.Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes ou mais.
4.Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar.
5.Esclarecer o vocabulário.
6.Entender o vocabulário. 7.Viver a história.
8.Não permitir que prevaleçam suas idéias sobre as do autor.
9.Interpretar o que o autor escreveu e não o que você pensa.
10.Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) do texto correspondente.
11. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafos, partes) do texto correspondente.
12.Ative sua leitura.
13.Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão.
14.Ver, perceber, sentir, apalpar o que se pergunta e o que se pede.
15.Cuidado com os vocábulos: destoa (= diferente de...) , não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras... palavras que aparecem nas perguntas e que às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu.
16.Quando duas alternativas lhe parecem corretas ou certas, procurar a mais exata ou a mais completa .
17.Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas.
18.Quando o autor apenas sugerir idéia, procurar um fundamento de lógica objetiva.
19.Não se deve preocupar com a arrumação das letras nas alternativas.
20.As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o texto ou como o leu.
21.Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem.
22.Sentir, perceber a mensagem do autor.
23.Cuidado com a exatidão das questões em relação ao texto.
24.Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais.
25.Não se deve procurar a verdade exata dentro da resposta, mas a opção que melhor enquadre no sentido do texto.
26.Às vezes, a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta .
27.Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele.
28.Procurar estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem.
29.O autor defende idéias e você deve percebê-las.
30.Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Exemplo:
Ele morreu de fome.de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= a causa da morte dele)
Ele morreu famintoFaminto : predicativo do sujeito, é o estado em que “ele” se encontrava quando morreu.
31.Todos os termos da análise sintática, cada termo tem seu valor, sua importância. 32.As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idéias estão coordenadas entre si.
33.Todas as orações subordinadas têm oração principal e as idéias se completam.
34.Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado
1.2-INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NO VESTIBULAR
Por: Dimas Antônio
"Resolvi fazer as provas de interpretação de meus textos e não passei em nenhuma." Mário PrataEscritor fala sobre a interpretação de seus textos no vestibularAutor de 15 livros, o cronista Mário Prata teve uma de suas conclusões selecionadas recentemente pela coluna Frases da revista Veja: "Resolvi fazer as provas de interpretação de meus textos e não passei em nenhuma. Não entendi nada." Ele se referia aos gabaritos dos vestibulares da PUC de Campinas de 1997, da PUC de Curitiba de 1999, e de Medicina de Ribeirão Preto, também de 99. São textos diversos – todos com o humor característico e a linguagem coloquial, sincera, que fazem o sucesso de Prata como escritor. O problema é que o autor, pai da matéria, não conseguiu acertar nada.Até aí, normal – a língua portuguesa é complexa, dificílima e, por ter um currículo de péssimo ensino nas escolas, transforma-se em terror dos vestibulandos, que, viciados na decoreba, se contorcem nas interpretações de textos nas provas das faculdades. Lisonjeado e ao mesmo tempo indignado, Mário Prata escreveu ao ministro da Educação, em forma de crônica publicada no jornal O Estado de São Paulo, sobre as questões "insolúveis" aplicadas sobre outra crônica sua, "As Meninas-Moça", que caiu no vestibular 99 de Medicina de Ribeirão Preto.A seguir, Mário Prata – cujo mais recente livro, Minhas Mulheres e Meus Homens (Editora Objetiva), está na lista dos mais vendidos de não-ficção – faz novo desabafo. Discorda do ensino de literatura nas escolas, questiona o formato das provas dos vestibulares e diz acreditar que cultura é algo "mais gostoso, prazeroso", que não pode ser medido em testes.Por que a crônica "As Meninas-Moça" foi a que mais rendeu polêmica? Você teve contato com os elaboradores da prova?Mário Prata - Na PUC - Campinas caiu um pedaço de uma crônica que saiu na IstoÉ; na PUC de Curitiba, era uma crônica sobre frases engraçadas retiradas de boletins de ocorrência de acidentes de carro. A prova de Medicina era a mais confusa. Era uma crônica sobre o fim do time de vôlei patrocinado pelo Leite Moça. Tinha uma pergunta se a minha expressão "esparramados em seios esplêndidos" era uma paráfrase, uma metáfase, uma paródia e não me lembro mais o quê. Que raios pode ser isso? Resolvi perguntar ao ministro Paulo Renato. Depois escrevi uma carta para a reitoria da faculdade, perguntando se quem elaborou a prova sabe o que é "larica" (gíria que define uma fome exagerada, vontade compulsiva de comer – especialmente depois que se fuma maconha). Não tive resposta da faculdade.Na sua opinião, qual é o maior problema que esse tipo de prova nos vestibulares traz à tona?Mário Prata - São dois problemas básicos. Primeiro, o fato de os clássicos, aqueles livros de sempre, caírem nas provas de literatura do vestibular. Todo mundo sabe que interpretações desses textos são como forçar o estudante a saber uma coisa no mesmo nível de saber o nome de formiga em latim. Envolve uma relação de decoreba, obrigação e exatidão. Acho que isso afasta o universitário da leitura. Está provado. O segundo problema é que o ministro Paulo Renato concorda comigo.Quais seriam então as formas de avaliação, em português e literatura, nos vestibulares?Mário Prata - Vestibular como um todo deveria ser para sacar se a pessoa tem a cabeça boa e vocação para determinada profissão ou não. Sou ignorante em educação. Mas acho que não deveria nem ter nota. O Hildebrando do Acre e o Sérgio Naya é que deveriam cair no vestibular. Textos sobre futebol, novelas, mídia, cinema brasileiro seriam
bons temas, sem frescuras. Os clássicos são pesados. Meu filho tem 22 anos. Quando ele tinha 14, comprei-lhe as obras completas do Eça de Queirós. Ele achou um saco. Não dá para dar Dostoievski para gente que não tem interesse nisso. Tudo tem a hora certa. Eu também não li os clássicos quando deveria ter lido. Os vestibulares querem ser modernos incorporando novos autores como eu, o Veríssimo, o Millôr. Antes de os vestibulares nos colocarem, o que é sempre uma honra, seria bacana que fizessem perguntas mais simples sobre nossos textos ou que mostrassem a prova para o autor antes. Mais "larica" e menos anáfase!Você já prestou vestibular?Mário Prata - Prestei e passei em Economia na USP, em 1967 (largou no último ano). Trinta e três anos depois, o vestibular está igualzinho. Até os autores, com raras exceções, são os mesmos. Esse negócio de química, física e biologia é coisa do começo do século. O jovem de 1967 não tem nada a ver com o de 2000.E as iniciativas do governo como o Provão e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio, cujas notas valem pontos no vestibular), você acha que podem melhorar o nível do ensino e do vestibular?Mário Prata - Acho que não adianta ficar fazendo Provão. A maioria dos jovens de hoje não lê e conseqüentemente não sabe escrever nada. É diferente da minha geração, que tinha acesso a um ensino público de qualidade. Essa qualidade tem de ser retomada no curso primário. Escrever é uma obrigação e ler deve ser um prazer. Não adianta querer sanar as coisas no vestibular. Fazer Provão é provar a incompetência do poder público. O problema do Enem é o fato de ser difícil convencer um aluno de 7 anos a tirar nota boa porque daqui a 10 anos ele vai ter de fazer vestibular.Qual seria a melhor forma de ensinar o jovem que ler é um prazer?Mário Prata - Tem outro problema: a categoria infanto-juvenil, que é um absurdo. Isso não existe. Ou é livro para criança ou para adulto, no máximo adolescente. Uma criança com 13 anos já é quase adulta. Uma menina de 14 anos está fazendo sexo. Os livros têm de falar dessa realidade, da vida. Esse tipo de livro é que tem de dar para a garotada. Importante: o cara que escreve deve saber escrever e ter o que escrever. Aí dá certo. Fica mais fácil os pais e as escolas colocarem na cabeça dos garotos, como fiz com meus filhos, que ler é uma viagem. Você só tem de entender o que o autor disse, não como disse, se é mesóclise ou a "PQP".Seus livros são lidos por jovens? Por quê?Mário Prata - Meus livros são mais lidos pelo público jovem, de 15 a 25 anos. Acho que é porque meu texto é fácil, bem-humorado. É uma técnica de escrever para ser lido. Tenho de ser lido porque eu vivo disso. Tem gente que escreve para não ser lido. Não conheço nenhum médico que opere para que o paciente morra, engenheiro que faz ponte que cai. O ato de escrever é um ofício como qualquer outro.Você tem 15 livros publicados e está escrevendo outro. Como se tornou escritor e sobre o que é seu novo livro?Mário Prata - O tema do meu novo livro ainda não posso adiantar. Será lançado em outubro. Larguei Economia e meus colegas de faculdade estão todos no poder. Fazer aquele curso foi uma coisa meio metido a besta. Eu morava em frente ao jornal de Lins (interior paulista, onde Prata nasceu) e vivia lá. Comecei no jornalismo com 14 anos escrevendo coluna social. Escrevia tudo errado. Fui aprender na marra. Tudo que eu fiz até hoje, escrevendo, foi crônica – mesmo quando escrevi para teatro. Minha formação literária foi com os cronistas da época: Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Millôr, Estanislau Ponte Preta e Nelson Rodrigues. Lia todos eles - maravilhosos - nos jornais. Depois de mais velho é que fui buscar os livros, me interessei por eles e os descobri. Em Lins não tinha livraria. E não tem até hoje – apesar de a cidade ter uma universidade.
1.3- VEJA AS DIFERENÇAS ENTRE ANALISAR, COMPREENDER E INTERPRETAR
1. O que se pretende com a análise textual?
- identificar o gênero; a tipologia; as figuras de linguagem;- verificar o significado das palavras;- contextualizar a obra no espaço e tempo;- esclarecer fatos históricos pertinentes ao texto;- conhecer dados biográficos do autor;- relacionar o título ao texto; - levantar o problema abordado;- apreender a idéia central e as secundárias do texto;- buscar a intenção do texto;- verificar a coesão e coerência textual;- reconhecer se há intertextualidade.
2. Qual o objetivo da análise?
- levantar elementos para a compreensão e, posteriormente, fazer julgamento crítico.
3. Para compreender bem é necessário que o leitor:
- conheça os recursos lingüísticos.Por exemplo, a regência verbal não compreendida pelo leitor pode levá-lo ao erro. Veja: Assisti o doente é diferente de assisti ao doente. No primeiro caso, a pessoa ajuda ao doente; no segundo, ela vê o doente.
- perceba as referências geográficas, mitológicas, lendárias, econômicas, religiosas, políticas e históricas para que faça as possíveis associações.
- esclareça as suas dúvidas de léxico.
- esteja familiarizado com as circunstâncias históricas em que o texto foi escrito. Por exemplo, para entender que, no poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, o advérbio aqui e lá é, respectivamente, Portugal e Brasil, você tem que saber onde o poeta escreveu seu poema naquela época.
- observe se há no texto intertextualidade por meio da paráfrase, paródia ou citação.
4. Afinal o que é interpretar?
- Interpretar é concluir, deduzir a partir dos dados coletados.
5. Existe interpretação crítica?
- Sim, a interpretação crítica consiste em concluir os dados e, em seguida, julgar, opinar a respeito das conclusões.
2-
QUE TEXTO É ESSE?
Por: Professor de Interpretação de texto e literatura – Dimas Antônio
Veja como classificar cada texto!
NOTÍCIA
Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Caracteriza-se por uma linguagem clara, impessoal, concisa e adequada ao veículo que a transmite. Deve ter o predomínio da função referencial da linguagem. Há predominância da narração. Por ser impessoal, o discurso é de terceira pessoa. Em sua estrutura padrão, possui duas característica fundamentais: “ Lead” e corpo.
“Lead” consiste num parágrafo que apresenta um relato sucinto dos aspectos essenciais da notícia, cujo objetivo é dar informações básicas ao leitor e motivá-lo a continuar a leitura. Precisa, normalmente, responder às questões fundamentais do jornalismo: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Corpo são os demais parágrafos da notícia, nos quais se apresentam o detalhamento do exposto no “lead”, fornecendo ao leitor novas informações em ordem cronológica ou de importância.
Portanto, ao se escrever uma notícia, deve-se atentar para essas características de suma importância. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
EDITORIAL
O editorial é um artigo que exprime a opinião do órgão jornalístico. Geralmente, é escrito pelo redator-chefe , possuindo uma linguagem própria, e publicado com destaque na Segunda ou terceira página do jornal ou da revista.As características da linguagem são: ser formal, padrão, objetiva, conceitual; por ser impessoal, emprega-se a terceira pessoa; quanto ao conteúdo, sua estrutura é dissertativa, organizada em tese (apresentação sucinta de uma questão a ser discutida); desenvolvimento ( possuir argumento e contra-argumentos indispensáveis à discussão e à defesa do ponto de vista do jornal) e conclusão ( síntese das idéias anteriormente desenvolvidas) Além disso, deve-se usar exemplos que ilustram o assunto em questão. Possuir coerência entre o título e o conteúdo, não ter assinatura e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa responsável pela publicação.
Desta forma, o editorial é um texto opinativo, cujas idéias expressas contêm a visão de seus responsáveis. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
CRÔNICA
“ A crônica é um dos mais antigos gêneros jornalísticos. No Brasil, surgiu há uns 150 anos, mais ou menos, com o Romantismo e o desenvolvimento da imprensa.
A princípio com o nome de folhetim, designava um artigo de rodapé sobre assuntos do dia – políticos, sociais, artísticos, literários. Aos poucos, foi encurtando e afastando-se da intenção de informar e comentar. Sua linguagem tornou-se mais poética, ao mesmo tempo que ganhou uma certa gratuidade, pois parecia desvinculada dos interesses práticos e das informações que caracterizam as demais partes do jornal.
Do folhetim para cá, a crônica ganhou prestígio entre nós e pode-se até dizer que constitui um gênero brasileiro, tal a naturalidade e originalidade com que aqui se desenvolveu (...).
Gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, a crônica é o resultado da visão pessoal, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. É uma produção curta, apressada (...), redigida numa linguagem descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase sempre explora o humor, às vezes, diz coisas mais sérias por meio de uma aparente conversa fiada; outras vezes, despretensiosamente, faz poesia da coisa mais banal e insignificante.
Registrando o circunstancial do nosso cotidiano mais simples, acrescentando, aqui e ali, fortes doses de humor, sensibilidade, ironia, crítica e poesia, o cronista, com graça e leveza, proporciona ao leitor uma visão mais abrangente que vai muito além do fato; mostra-lhe de outros ângulos, os sinais de vida que diariamente deixamos escapar.” (CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
ARTIGO
Os artigos são pequenos estudos, cujo conteúdo deve ser completo, tratar de uma questão verdadeira e apresentar resultado de reduzida dimensão e conteúdo. Ademais, precisa ser publicado para proporcionar não só ampliação de conhecimento, mas também a compreensão de certas questões.
Os artigos, por serem completos, permitem ao leitor repetir a experiência devido a forma em que foram expostas as informações. O conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e, em geral, segundo Lakatos e Marconi, eles deverãoa) versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido;
b) oferecer soluções para questões controvertidas;
c) levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias novas, para sondagem de opiniões ou atualização de informes;
d) abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma.
Assim sendo, há de se observar a estrutura, ao escrever-se um texto dessa envergadura. (Referência Bibliográfica: LAKATOS, Eva M. &MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991, 3 edição.)
RESENHA
Resenha é um tipo de resumo – forma de reunir e apresentar, por escrito, de maneira concisa, coerente, e freqüentemente seletiva, as informações básicas de um texto preexistente, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância –.
O resenhista lê uma obra, ou texto, sublinha os fatos importantes, analisa-os, interpreta-os de forma crítica, pois a resenha tem, por finalidade, informar, de maneira objetiva e cortês, sobre determinado assunto tratado, evidenciando a contribuição do autor , mostrando novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias; porém, ele deve apontar as falhas e os erros de informações, bem como tecer elogios aos méritos da obra, sem, contudo, emitir um juízo de valor ou deturpar o pensamento do autor.
Para elaborar uma resenha, são necessários alguns requisitos:“a) conhecimento da obra; b) competência na matéria;
c) independência de juízo;
d) correção e urbanidade;
e) fidelidade ao pensamento do autor.”
Logo, a RESENHA é de suma importância ao leitor, pois apresenta uma síntese das idéias fundamentais de uma obra, tendo em vista a explosão da literatura técnica e científica e a exigüidade de tempo do trabalho intelectual (Referência Bibliográfica: LAKATOS, Eva M. &MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991, 3 edição.)
ENSAIO
Etimologicamente, ENSAIO vem da palavra latina “exagiu(m)” – ação de pensar, abrangendo semanticamente os sentidos de provar, experimentar, tentar; possuindo correspondentes em outras línguas. Suas características são várias, porém, citam-se algumas:
a) não é uma descrição nem narrativa, mas dissertação;
b) a dissertação do ensaio é a exposição de idéias próprias ou alheias acerca de um tema determinado, entretanto, tem a marca pessoal do EU;
c) sua linguagem deve situar-se no âmbito da ciência, da técnica, em tom mais referencial que emotivo, ou conotativo, para isso, usa-se a terceira pessoa verbal.
d) Apresentam-se serenidade e equilíbrio no conteúdo.
REFLEXÃO
REFLEXÃO tem várias significações, no entanto, cita-se, apenas, uma utilizando o Novo Dicionário Aurélio: “Volta da consciência, do espírito, sobre si mesmo, para examinar seu próprio conteúdo por meio do entendimento, da razão”. Isso mostra quão importante é a observação imparcial dos acontecimentos, a fim de poder analisá-los e emitir uma opinião, haja vista que tudo que é apreendido deve ser compreendido na essência, não apenas na superfície, entrevendo todos os ângulos de abordagem para não ficar aquém do fato em sua primordialidade.
POEMA
O poema é um tipo de composição literária que faz uso de uma linguagem específica. Diferente da linguagem dos gêneros de prosa ( o conto, a novela, o romance). E não se trata apenas da mera disposição do texto em verso ou em prosa, cujas barreiras foram quebradas modernamente, originando os chamados “poemas em prosa” ou “prosas poéticas”.
A linguagem do poema, além do recurso do verso e de rimas em final de verso, contém outros componentes que lhe são inerentes: o ritmo, a musicalidade em geral, as imagens e os símbolos.
Dada a natureza simbólica da linguagem poética, não se pode depreendê-la instantânea e objetivamente, trata-se de uma linguagem subjetiva, ambígua, conotativa, que não deve ser lida como a de um jornal ou um livro didático.
Não se faz de ninguém um poeta. O poeta se faz sozinho, a partir de sua próprias vivências e experiências com o mundo e com o universo das palavras.
O pensador francês Gaston Bachelard (1884-1962) assim comenta sobre o poema e sua relação com as palavras:
As palavras – eu o imagino freqüentemente – são pequenas casas com porão e sótão. O sentido comum reside ao nível do solo, sempre perto do ‘comércio exterior’, n no mesmo nível de outrem, este alguém que passa e que nunca é sonhador. Subir a escada na casa da palavra é, de degrau, em degrau, abstrair.
Descer no porão é sonhar, é perder-se nos distantes corredores de uma etimologia incerta, é procurar nas palavras tesouros inatingíveis. Subir e descer, nas próprias palavras, é a vida do poeta. Subir muito alto, descer muito baixo; é permitido o poeta unir o terrestre ao éreo.
(Apud Fernando paixão, O que é poesia. São Paulo: Brasiliense,1998, p.80.)
Apesar de não se poder criar um poeta, de não existirem fórmulas prontas para isso, Ter consciência e domínio de certas técnicas freqüentemente usadas nos poemas pode ajudar. As mais importantes são o ritmo, a sonoridade e as imagens. (CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
CONTO
Conto é uma breve e completa estória em prosa que pretende produzir um efeito singular (único) planejado pelo autor. As características gerais são: poucas personagens bem descritas, poucos incidentes bem delineados e um breve motivo.
Há uma impressão única dada por todo evento, todos os elementos ( personagens, ação, cenário) possuir, apenas um lugar, um tempo, uma emoção, um conflito. A introdução estabelece o tom emocional e apresenta o conflito; a emoção, que normalmente em ficção apareceria depois, começa quase imediatamente; o “ turning point” e o clímax estão quase juntos e, raramente, há lugar para ação descendente. Deve haver economia de linguagem; os diálogos são penetrantes e convincentes, podendo ser: direto, indireto interior (monólogo interior); a narração e a descrição em reduzida quantidade, a dissertação, via de regra, é ausente. O único efeito singular deve Ter um traço característico intensificado, reação de acordo com a situação e um elemento dominante (personagem, incidente, cenário, atmosfera...)
Em suma, o conto é uma narrativa em prosa marcada por brevidade, conclusão e possui técnica específica (abertura clara – esclarecedora e curta), contendo um ininterrupto fluxo de ação e uma conclusão lógica
O conto longo e o conto curto - Diferenças
(segundo Benhamim Heydrick em “ Tipos de literatura”)
Conto longo
1. Interessado em um aspecto geral: é plano, linear, longo.
2. Interessado no mundo externo: a estória em si mesma.
3. Nenhum aspeto permanece acima de um outro.
4. Não apresenta interferência de reação psicológica.
Conto curto
1. Interessado em um aspecto definido.
2. Interessado no mundo interior, na reação das personagens.
3. Acentua mais o clima, dirige-se para o efeito singular (único).
4. Apóia-se num conflito psicológico.
3-COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL
Por: Dimas Antônio
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz. Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto. Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual. Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”. Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual. Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto: 1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de mesmo campo associativo. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / desgastante). 3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima) 4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). 5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato. 6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos
advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Guimarães (2) nos ensina a esse respeito: “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).” Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos.Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência se relaciona intimamente a contexto. Como nosso intuito nesta página é a apresentação de conceitos, sem aprofundá-los em demasia, bastam-nos essas informações. Vejamos como o examinador tem abordado o assunto:
4- VARIANTES LINGUÍSTICAS
Variantes
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia:
- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular);- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida.
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.
Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante. Uma frase como “o povo exageram” tem o mesmo sentido que “o povo exagera”. Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo, é sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo. Hoje, a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. No português atual, uma frase como “o povo exageram”, embora não contenha nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante.
Os vestibulares inovadores exploram as variantes lingüísticas de uma maneira bem mais apropriada, reconhecendo a sua utilidade para criar variados efeitos de sentido: caracterizar personagens no interior de um texto narrativo; estabelecer relações de intimidade entre os falantes; ridicularizar pessoas que as utilizam inadequadamente, etc.
Os vestibulares tradicionais, quando tratam das variantes, quase só se preocupam com o que chamam de correção gramatical, postulando como falar correto apenas aquele que corresponde às normas da linguagem culta e formal.
Para resolver essas chamadas questões de correção de frases, é aconselhável adotar os seguintes cuidados:
- checar problemas ligados à acentuação, à crase e à grafia de palavras problemáticas (especialmente aquelas que têm grafias semelhantes);- observar o verbo em três níveis: - a conjugação; - a concordância; - a regência;- observar os pronomes em dois níveis: - a colocação; - o uso da forma adequada à sua função sintática;- observar se as palavras estão empregadas na sua forma e no seu sentido correto. A questão que segue é um bom exemplo de proposta de correção lingüística no estilo tradicional.
(U. F. PERNAMBUCO) — Observe os inconvenientes lingüísticos e reescreva a frase de forma que atenda à norma-padrão: Convidamos aos professores para que dê início as discursões dos assuntos em palta.
R.: Convidamos os professores para que dêem início às discussões dos assuntos em pauta.
Os vestibulares modernos exploram as variantes de maneira diferente, solicitando, por exemplo, comentários sobre o uso de certas variantes e propondo comparações entre elas, como na questão que segue.
(U. F. VIÇOSA) — Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente solicitar-lhe se digne emprestar-me o livro.” A atitude desse aluno se assemelha à atitude do indivíduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando “smoking”. b) vai à audiência com uma autoridade de “short” e camiseta. c) vai à praia de terno e gravata. d) põe terno e gravata para ir falar na Câmara dos Deputados. e) vai ao Maracanã de chinelo e bermuda.Por: Curso Anglo
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Língua Falada e Língua Escrita
Por:EUC- Dimas Antônio
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação lingüística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, lingüistas e outros especialistas.
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.
5.1- PRINCIPAIS REGRAS DE ORTOGRAFIA
Por: Dimas Antônio
"A competência para grafar corretamente as palavras está diretamente ligada ao contato íntimo com essas mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário. Trata-se de um processo constante, que produz resultados a longo prazo." (Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante, Gramática da Língua Portuguesa)
Orientações Gerais
1) Devemos empregar "ss" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir".
Exemplos:
AGREDIR / AGRESSÃO PROGREDIR / PROGRESSÃO REGREDIR / REGRESSÃO TRANSGREDIR / TRANSGRESSÃO
ADMITIR / ADMISSÃO DEMITIR / DEMISSÃO OMITIR / OMISSÃO PERMITIR / PERMISSÃO TRANSMITIR / TRANSMISSÃO
ACEDER / ACESSO CEDER / CESSÃO CONCEDER / CONCESSÃO EXCEDER / EXCESSO, EXCESSIVO SUCEDER / SUCESSÃO
DISCUTIR / DISCUSSÃO PERCUTIR / PERCUSSÃO REPERCUTIR / REPERCUSSÃO
2) Devemos empregar "s" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "ender", "verter" e "pelir".
Exemplos:
APREENDER / APREENSÃO ASCENDER / ASCENSÃO COMPREENDER / COMPREENSÃO DISTENDER / DISTENSÃO ESTENDER / EXTENSÃO PRETENDER / PRETENSÃO SUSPENDER / SUSPENSÃO TENDER / TENSÃO
VERTER / VERSÃO REVERTER / REVERSÃO CONVERTER / CONVERSÃO SUBVERTER / SUBVERSÃO
EXPELIR / EXPULSÃO REPELIR / REPULSÃO
3) Devemos empregar "ç" em todos os substantivos derivados dos verbos "TER" e "TORCER", mais seus derivados.
Exemplos:
ABSTER / ABSTENÇÃO ATER / ATENÇÃO DETER / DETENÇÃO MANTER / MANUTENÇÃO RETER / RETENÇÃO TORCER / TORÇÃO DISTORCER / DISTORÇÃO CONTORCER / CONTORÇÃO
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SINTAXE DA ORAÇÃO
Gramática
1. Sujeito e predicado
sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.predicado: termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.
Tipos de sujeito
Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode ser explicitado. A noite chegou fria.O sujeito determinado pode ser:Simples: tem só um núcleo: A caravana passa.Composto: tem mais de um núcleo: A água e o fogo não coexistem.Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível identificá-lo pelo contexto.(?) Falaram de você.(?) Falou-se de você.Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.Choverá amanhã.Haverá reclamações.Faz quinze dias que vem chovendo.É tarde
2. Termos ligados ao verbo
- Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória.Os pássaros fazem seus ninhos.- Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória.A decisão cabe ao diretor. - Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que ocorre a ação.O cortejo seguia pelas ruas.- Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem executou a ação.O fogo foi apagado pela água.
3. Termos ligados ao nome
Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de verbo. As fortes chuvas de verão estão caindo.Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e do objeto.
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um equivalente do nome a que se refere.O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o qual se projeta a ação.Procederam à remoção das pedras.
4. Vocativo:
Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite a anteposição da interjeição ó.Amigos, eu os convido a sentar.SINTAXE DO PERÍODO1. Orações subordinadas substantivasSão aquelas que desempenham a mesma função sintática do substantivo.Os meninos observaram que você chegou. (a sua chegada)- Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.É necessário que você volte.- Objetiva direta: exerce a função de objeto direto da oração principal.Eu desejava que você voltasse.- Objetiva indireta: exerce a função de objeto indireto do verbo principal.Não gostaram de que você viesse.- Predicativa: exerce a função de predicativo.A verdade é que ninguém se omitiu.- Completiva nominal: desempenha a função de complemento nominal.Não tínhamos dúvida de que o resultado seria bom.- Apositiva: desempenha a função de aposto em relação a um nome.Só nos disseram uma coisa: que nos afastássemos.2. Orações subordinadas adjetivasSão aquelas que desempenham função sintática própria do adjetivo.Na cidade há indústrias que poluem. (poluidoras) - Restritiva: é aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome relativo e não vem entre vírgulas.Serão recebidos os alunos que passarem na prova.- Explicativa: é aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propriedade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por pronome relativo e vem entre vírgulas.Os homens, que são racionais, não agem só por instinto.3. Orações subordinadas adverbiaisSão aquelas que desempenham função sintática própria do advérbio.O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)- Causal: indica a causa que provocou a ocorrência relatada na oração principal.A moça atrai a atenção de todos porque é muito bonita.- Consecutiva: indica a conseqüência que proveio da ocorrência relatada na oração principal.A moça é tão bonita, que atrai a atenção de todos.- Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal. Se você correr demais, ficará cansado.- Comparativa: estabelece uma comparação com o fato expresso na oração principal.Lutou como luta um bravo.- Concessiva: concede um argumento contrário ao evento relatado na oração principal.O time venceu embora tenha jogado mal.- Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração principal.Tudo ocorreu conforme os jornalistas previram.- Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.Estudou para que fosse aprovado.- Temporal: indica o tempo em que se realiza o evento relatado na oração principal.Chegou ao local, quando davam dez horas.- Proporcional: estabelece uma relação de proporcionalidade com o verbo principal.Aprendemos à medida que o tempo passa.4. Orações coordenadasSão todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.Chegou ao local // e vistoriou as obras.As coordenadas podem ou não vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que não se iniciam.Presenciei o fato, mas ainda não acredito. or. c. assindética or. c. sindéticaAs coordenadas assindéticas não se subclassificam.As coordenadas sindéticas subdividem-se em cinco tipos:- Aditiva: estabelece uma relação de soma.Entrou e saiu logo.- Adversativa: estabelece uma relação de contradição.Trouxe muitas sugestões, mas nenhuma foi aceita.- Alternativa: estabelece uma relação de alternância.Aceite a proposta ou procure outra solução.- Conclusiva: estabelece relação de conclusão.Penso, portanto existo.- Explicativa: estabelece uma relação de explicação ou justificação. Contém sempre um argumento favorável ao que foi dito na oração anterior.Ele deve ser estrangeiro, pois fala mal o português.Questão de análise sintática típica dos vestibulares tradicionais:(U. F. PERNAMBUCO) — No período “nunca pensei que ela acabasse”, a oração sublinhada classifica-se como: a) subordinada adjetiva restritiva; b) subordinada adjetiva explicativa; c) subordinada adverbial final; d) subordinada substantiva objetiva direta; e) subordinada substantiva objetiva indireta.(R.: D)Questão de análise sintática típica dos vestibulares inovadores:Esta questão coloca em jogo a combinação sintática entre duas orações e o significado resultante dela, sem exigir análise formal nem o conhecimento de nomenclatura.(U. F. PELOTAS) — A questão da incoerência em um texto quase sempre se liga a aspectos que ferem o raciocínio lógico, a contradições entre uma passagem e outra do texto ou entre o texto e o conhecimento estabelecido das coisas.O fragmento da entrevista concedida pela atriz e empresária Íris Brüzzi, descartada a hipótese de utilização da ironia, apresenta esse problema.“R – Qual é o segredo para conservar sua beleza através dos tempos?Íris – Acredito muito na beleza interior, a de fora acaba. A natureza tem sido generosa comigo. Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.(Diário Popular, 1996)”.a) Transcreva a frase que apresenta a incoerência.R.: “Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.”b) Reescreva essa frase, eliminando a incoerência.R.: Desculpe a falta de modéstia, mas continuo bonita. ou Desculpe a imodéstia, mas continuo bonita.
7-
Significado das palavras
Para se entender o significado das palavras devemos conhecer o siginificado de sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos.
O que é o Significado das Palavras?
Palavras sinônimas - duas ou mais palavras que tem um significado semelhante ou o mesmo significado. Exemplos: casa / lar / moradia / residêncialonge / distantedelicioso / saborosocarro / automóveltriste /melancólicoresgatar / recuperarmaciço / compactoHá dois tipos de sinônimos:As palavras que se identificam exatamente são conhecidas como sinônimo perfeito (casa - lar). As palavras que se identificam por aproximadamente são conhecidas como sinônimos imperfeitos (esperar e aguardar).Palavras antônimas - duas ou mais palavras têm significados se opõe Exemplos: amor / ódioluz / trevasmal / bemausência / presençafraco / forteclaro / escurosubir / descercheio / vaziopossível / impossível
Palavras homônimas - duas ou mais palavras apresentam a mesma grafia e a mesma pronúncia, mas possuem significados diferentes.Agora vou colocar "extrato" de tomate, para a carne. Agora tenho que ir ao banco pegar o "extrato".A "manga" da blusa era azul.A minha fruta preferida é a "manga".
Eu "rio" tanto.Da minha casa eu consigo ver o "rio".Há três tipos de homônimos:
Homônimos perfeitos onde as palvras possuem a mesma grafia e o mesmo som.Homem são (saúde), São João (título) São várias as causasComo vai? Eu como feijão
Homônimos homófonos onde as palavras tem o mesmo som porém a grafia é diferente.
sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder);concerto (musical) e conserto (remendo).
Homônimos homógrafos
Têm a mesma grafia e sons diferentes.
Almoço (ô) – substantivo Almoço (ó) – verbo
Jogo (ô) – substantivo Jogo (ó) – verbo
Para – preposição Pára – verbo
Parônimos são palavras diferentes no sentido, mas com muita semelhança na escrita e na pronúncia.
Exemplos :Infligir / infrigirRetificar / ratificarVultoso / vultuoso
Polissemia
Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca)banco (instituição comercial financeira, assento)manga (parte da roupa, fruta)
IMEJ – APROVAÇÃO
Prof. Dimas
O MOMENTO QUE VALE A PENA
Um dia ele falou:"Vamos lembrar de um cara que veio fazer matrícula aqui no começo do ano,ou em maio, ou agora no finalzinho?! Lembra dele?! Você! Você tinha um sonho não tinha?! Não tinha um projeto para esse ano inclusive estendido para o ano que vem. Pois é?! Cadê esse cara!?Esse cara ta ai dentro de você! E você veio o ano inteiro superando as suas dificuldades.Só você sabe o quanto você passo de nervoso esse ano, problema familiar, emocional, financeiro e você veio o ano todo superando cada um desses probleminhas.Você veio brigando e diferente de um monte de amigo seu que foi ficando pelo meio do caminho você esta aí, você ta acreditando num sonho que você montou, um projeto de vida que você tem..."E FOI O DIA QUE O ANO VALEU A PENA!C:\Documents and Settings\seduc\Meus documentos\Video Aula !.htm
1-
O APRENDIZADO DA LEITURA - COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Português
Português para o Vestibular
Por: Dimas Antônio
Leitura de um texto
Interessa a todos saber que procedimento se adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que não existe para ela uma solução mágica, o que não quer dizer que não exista solução alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento lingüístico propriamente dito, um repertório de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo. A título e ilustração, observe a questão seguinte, extraída de um vestibular da UNICAMP:
Às vezes, quando um texto é ambígüo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Um bom exemplo é o texto que segue:
"As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pronográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais." (Folha Sudeste, 6/6/92)
É o conhecimento lingüístico que nos permite reconhecer a ambigüidade do texto em questão (pela posição em que se situa, a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios ou motéis). Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de freqüentarem motéis.Como se vê, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas as outras disciplinas sem exceção.
Três questões básicas
Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas:
- Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.
II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentatório.
Francisco Platão Savioli é Professor e Autor de Português do Anglo Vestibulares e também Professor Assistente Doutor de Língua Portuguesa, Redação e Expressão Oral do Departamento de Comunicações e Artes da ECA-USP.
1.1-Dicas de Interpretação de Texto
Português
Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade, isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (= argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e – que supõe má fé por parte de quem o apresenta).
Podemos, tranqüilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de um texto
Para isso, devemos observar o seguinte:
1. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto.
2.Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente.
3.Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes ou mais.
4.Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar.
5.Esclarecer o vocabulário.
6.Entender o vocabulário. 7.Viver a história.
8.Não permitir que prevaleçam suas idéias sobre as do autor.
9.Interpretar o que o autor escreveu e não o que você pensa.
10.Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) do texto correspondente.
11. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafos, partes) do texto correspondente.
12.Ative sua leitura.
13.Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão.
14.Ver, perceber, sentir, apalpar o que se pergunta e o que se pede.
15.Cuidado com os vocábulos: destoa (= diferente de...) , não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras... palavras que aparecem nas perguntas e que às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu.
16.Quando duas alternativas lhe parecem corretas ou certas, procurar a mais exata ou a mais completa .
17.Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas.
18.Quando o autor apenas sugerir idéia, procurar um fundamento de lógica objetiva.
19.Não se deve preocupar com a arrumação das letras nas alternativas.
20.As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o texto ou como o leu.
21.Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem.
22.Sentir, perceber a mensagem do autor.
23.Cuidado com a exatidão das questões em relação ao texto.
24.Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais.
25.Não se deve procurar a verdade exata dentro da resposta, mas a opção que melhor enquadre no sentido do texto.
26.Às vezes, a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta .
27.Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele.
28.Procurar estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem.
29.O autor defende idéias e você deve percebê-las.
30.Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Exemplo:
Ele morreu de fome.de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= a causa da morte dele)
Ele morreu famintoFaminto : predicativo do sujeito, é o estado em que “ele” se encontrava quando morreu.
31.Todos os termos da análise sintática, cada termo tem seu valor, sua importância. 32.As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idéias estão coordenadas entre si.
33.Todas as orações subordinadas têm oração principal e as idéias se completam.
34.Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado
1.2-INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NO VESTIBULAR
Por: Dimas Antônio
"Resolvi fazer as provas de interpretação de meus textos e não passei em nenhuma." Mário PrataEscritor fala sobre a interpretação de seus textos no vestibularAutor de 15 livros, o cronista Mário Prata teve uma de suas conclusões selecionadas recentemente pela coluna Frases da revista Veja: "Resolvi fazer as provas de interpretação de meus textos e não passei em nenhuma. Não entendi nada." Ele se referia aos gabaritos dos vestibulares da PUC de Campinas de 1997, da PUC de Curitiba de 1999, e de Medicina de Ribeirão Preto, também de 99. São textos diversos – todos com o humor característico e a linguagem coloquial, sincera, que fazem o sucesso de Prata como escritor. O problema é que o autor, pai da matéria, não conseguiu acertar nada.Até aí, normal – a língua portuguesa é complexa, dificílima e, por ter um currículo de péssimo ensino nas escolas, transforma-se em terror dos vestibulandos, que, viciados na decoreba, se contorcem nas interpretações de textos nas provas das faculdades. Lisonjeado e ao mesmo tempo indignado, Mário Prata escreveu ao ministro da Educação, em forma de crônica publicada no jornal O Estado de São Paulo, sobre as questões "insolúveis" aplicadas sobre outra crônica sua, "As Meninas-Moça", que caiu no vestibular 99 de Medicina de Ribeirão Preto.A seguir, Mário Prata – cujo mais recente livro, Minhas Mulheres e Meus Homens (Editora Objetiva), está na lista dos mais vendidos de não-ficção – faz novo desabafo. Discorda do ensino de literatura nas escolas, questiona o formato das provas dos vestibulares e diz acreditar que cultura é algo "mais gostoso, prazeroso", que não pode ser medido em testes.Por que a crônica "As Meninas-Moça" foi a que mais rendeu polêmica? Você teve contato com os elaboradores da prova?Mário Prata - Na PUC - Campinas caiu um pedaço de uma crônica que saiu na IstoÉ; na PUC de Curitiba, era uma crônica sobre frases engraçadas retiradas de boletins de ocorrência de acidentes de carro. A prova de Medicina era a mais confusa. Era uma crônica sobre o fim do time de vôlei patrocinado pelo Leite Moça. Tinha uma pergunta se a minha expressão "esparramados em seios esplêndidos" era uma paráfrase, uma metáfase, uma paródia e não me lembro mais o quê. Que raios pode ser isso? Resolvi perguntar ao ministro Paulo Renato. Depois escrevi uma carta para a reitoria da faculdade, perguntando se quem elaborou a prova sabe o que é "larica" (gíria que define uma fome exagerada, vontade compulsiva de comer – especialmente depois que se fuma maconha). Não tive resposta da faculdade.Na sua opinião, qual é o maior problema que esse tipo de prova nos vestibulares traz à tona?Mário Prata - São dois problemas básicos. Primeiro, o fato de os clássicos, aqueles livros de sempre, caírem nas provas de literatura do vestibular. Todo mundo sabe que interpretações desses textos são como forçar o estudante a saber uma coisa no mesmo nível de saber o nome de formiga em latim. Envolve uma relação de decoreba, obrigação e exatidão. Acho que isso afasta o universitário da leitura. Está provado. O segundo problema é que o ministro Paulo Renato concorda comigo.Quais seriam então as formas de avaliação, em português e literatura, nos vestibulares?Mário Prata - Vestibular como um todo deveria ser para sacar se a pessoa tem a cabeça boa e vocação para determinada profissão ou não. Sou ignorante em educação. Mas acho que não deveria nem ter nota. O Hildebrando do Acre e o Sérgio Naya é que deveriam cair no vestibular. Textos sobre futebol, novelas, mídia, cinema brasileiro seriam
bons temas, sem frescuras. Os clássicos são pesados. Meu filho tem 22 anos. Quando ele tinha 14, comprei-lhe as obras completas do Eça de Queirós. Ele achou um saco. Não dá para dar Dostoievski para gente que não tem interesse nisso. Tudo tem a hora certa. Eu também não li os clássicos quando deveria ter lido. Os vestibulares querem ser modernos incorporando novos autores como eu, o Veríssimo, o Millôr. Antes de os vestibulares nos colocarem, o que é sempre uma honra, seria bacana que fizessem perguntas mais simples sobre nossos textos ou que mostrassem a prova para o autor antes. Mais "larica" e menos anáfase!Você já prestou vestibular?Mário Prata - Prestei e passei em Economia na USP, em 1967 (largou no último ano). Trinta e três anos depois, o vestibular está igualzinho. Até os autores, com raras exceções, são os mesmos. Esse negócio de química, física e biologia é coisa do começo do século. O jovem de 1967 não tem nada a ver com o de 2000.E as iniciativas do governo como o Provão e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio, cujas notas valem pontos no vestibular), você acha que podem melhorar o nível do ensino e do vestibular?Mário Prata - Acho que não adianta ficar fazendo Provão. A maioria dos jovens de hoje não lê e conseqüentemente não sabe escrever nada. É diferente da minha geração, que tinha acesso a um ensino público de qualidade. Essa qualidade tem de ser retomada no curso primário. Escrever é uma obrigação e ler deve ser um prazer. Não adianta querer sanar as coisas no vestibular. Fazer Provão é provar a incompetência do poder público. O problema do Enem é o fato de ser difícil convencer um aluno de 7 anos a tirar nota boa porque daqui a 10 anos ele vai ter de fazer vestibular.Qual seria a melhor forma de ensinar o jovem que ler é um prazer?Mário Prata - Tem outro problema: a categoria infanto-juvenil, que é um absurdo. Isso não existe. Ou é livro para criança ou para adulto, no máximo adolescente. Uma criança com 13 anos já é quase adulta. Uma menina de 14 anos está fazendo sexo. Os livros têm de falar dessa realidade, da vida. Esse tipo de livro é que tem de dar para a garotada. Importante: o cara que escreve deve saber escrever e ter o que escrever. Aí dá certo. Fica mais fácil os pais e as escolas colocarem na cabeça dos garotos, como fiz com meus filhos, que ler é uma viagem. Você só tem de entender o que o autor disse, não como disse, se é mesóclise ou a "PQP".Seus livros são lidos por jovens? Por quê?Mário Prata - Meus livros são mais lidos pelo público jovem, de 15 a 25 anos. Acho que é porque meu texto é fácil, bem-humorado. É uma técnica de escrever para ser lido. Tenho de ser lido porque eu vivo disso. Tem gente que escreve para não ser lido. Não conheço nenhum médico que opere para que o paciente morra, engenheiro que faz ponte que cai. O ato de escrever é um ofício como qualquer outro.Você tem 15 livros publicados e está escrevendo outro. Como se tornou escritor e sobre o que é seu novo livro?Mário Prata - O tema do meu novo livro ainda não posso adiantar. Será lançado em outubro. Larguei Economia e meus colegas de faculdade estão todos no poder. Fazer aquele curso foi uma coisa meio metido a besta. Eu morava em frente ao jornal de Lins (interior paulista, onde Prata nasceu) e vivia lá. Comecei no jornalismo com 14 anos escrevendo coluna social. Escrevia tudo errado. Fui aprender na marra. Tudo que eu fiz até hoje, escrevendo, foi crônica – mesmo quando escrevi para teatro. Minha formação literária foi com os cronistas da época: Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Millôr, Estanislau Ponte Preta e Nelson Rodrigues. Lia todos eles - maravilhosos - nos jornais. Depois de mais velho é que fui buscar os livros, me interessei por eles e os descobri. Em Lins não tinha livraria. E não tem até hoje – apesar de a cidade ter uma universidade.
1.3- VEJA AS DIFERENÇAS ENTRE ANALISAR, COMPREENDER E INTERPRETAR
1. O que se pretende com a análise textual?
- identificar o gênero; a tipologia; as figuras de linguagem;- verificar o significado das palavras;- contextualizar a obra no espaço e tempo;- esclarecer fatos históricos pertinentes ao texto;- conhecer dados biográficos do autor;- relacionar o título ao texto; - levantar o problema abordado;- apreender a idéia central e as secundárias do texto;- buscar a intenção do texto;- verificar a coesão e coerência textual;- reconhecer se há intertextualidade.
2. Qual o objetivo da análise?
- levantar elementos para a compreensão e, posteriormente, fazer julgamento crítico.
3. Para compreender bem é necessário que o leitor:
- conheça os recursos lingüísticos.Por exemplo, a regência verbal não compreendida pelo leitor pode levá-lo ao erro. Veja: Assisti o doente é diferente de assisti ao doente. No primeiro caso, a pessoa ajuda ao doente; no segundo, ela vê o doente.
- perceba as referências geográficas, mitológicas, lendárias, econômicas, religiosas, políticas e históricas para que faça as possíveis associações.
- esclareça as suas dúvidas de léxico.
- esteja familiarizado com as circunstâncias históricas em que o texto foi escrito. Por exemplo, para entender que, no poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, o advérbio aqui e lá é, respectivamente, Portugal e Brasil, você tem que saber onde o poeta escreveu seu poema naquela época.
- observe se há no texto intertextualidade por meio da paráfrase, paródia ou citação.
4. Afinal o que é interpretar?
- Interpretar é concluir, deduzir a partir dos dados coletados.
5. Existe interpretação crítica?
- Sim, a interpretação crítica consiste em concluir os dados e, em seguida, julgar, opinar a respeito das conclusões.
2-
QUE TEXTO É ESSE?
Por: Professor de Interpretação de texto e literatura – Dimas Antônio
Veja como classificar cada texto!
NOTÍCIA
Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Caracteriza-se por uma linguagem clara, impessoal, concisa e adequada ao veículo que a transmite. Deve ter o predomínio da função referencial da linguagem. Há predominância da narração. Por ser impessoal, o discurso é de terceira pessoa. Em sua estrutura padrão, possui duas característica fundamentais: “ Lead” e corpo.
“Lead” consiste num parágrafo que apresenta um relato sucinto dos aspectos essenciais da notícia, cujo objetivo é dar informações básicas ao leitor e motivá-lo a continuar a leitura. Precisa, normalmente, responder às questões fundamentais do jornalismo: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Corpo são os demais parágrafos da notícia, nos quais se apresentam o detalhamento do exposto no “lead”, fornecendo ao leitor novas informações em ordem cronológica ou de importância.
Portanto, ao se escrever uma notícia, deve-se atentar para essas características de suma importância. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
EDITORIAL
O editorial é um artigo que exprime a opinião do órgão jornalístico. Geralmente, é escrito pelo redator-chefe , possuindo uma linguagem própria, e publicado com destaque na Segunda ou terceira página do jornal ou da revista.As características da linguagem são: ser formal, padrão, objetiva, conceitual; por ser impessoal, emprega-se a terceira pessoa; quanto ao conteúdo, sua estrutura é dissertativa, organizada em tese (apresentação sucinta de uma questão a ser discutida); desenvolvimento ( possuir argumento e contra-argumentos indispensáveis à discussão e à defesa do ponto de vista do jornal) e conclusão ( síntese das idéias anteriormente desenvolvidas) Além disso, deve-se usar exemplos que ilustram o assunto em questão. Possuir coerência entre o título e o conteúdo, não ter assinatura e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa responsável pela publicação.
Desta forma, o editorial é um texto opinativo, cujas idéias expressas contêm a visão de seus responsáveis. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
CRÔNICA
“ A crônica é um dos mais antigos gêneros jornalísticos. No Brasil, surgiu há uns 150 anos, mais ou menos, com o Romantismo e o desenvolvimento da imprensa.
A princípio com o nome de folhetim, designava um artigo de rodapé sobre assuntos do dia – políticos, sociais, artísticos, literários. Aos poucos, foi encurtando e afastando-se da intenção de informar e comentar. Sua linguagem tornou-se mais poética, ao mesmo tempo que ganhou uma certa gratuidade, pois parecia desvinculada dos interesses práticos e das informações que caracterizam as demais partes do jornal.
Do folhetim para cá, a crônica ganhou prestígio entre nós e pode-se até dizer que constitui um gênero brasileiro, tal a naturalidade e originalidade com que aqui se desenvolveu (...).
Gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, a crônica é o resultado da visão pessoal, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. É uma produção curta, apressada (...), redigida numa linguagem descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase sempre explora o humor, às vezes, diz coisas mais sérias por meio de uma aparente conversa fiada; outras vezes, despretensiosamente, faz poesia da coisa mais banal e insignificante.
Registrando o circunstancial do nosso cotidiano mais simples, acrescentando, aqui e ali, fortes doses de humor, sensibilidade, ironia, crítica e poesia, o cronista, com graça e leveza, proporciona ao leitor uma visão mais abrangente que vai muito além do fato; mostra-lhe de outros ângulos, os sinais de vida que diariamente deixamos escapar.” (CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
ARTIGO
Os artigos são pequenos estudos, cujo conteúdo deve ser completo, tratar de uma questão verdadeira e apresentar resultado de reduzida dimensão e conteúdo. Ademais, precisa ser publicado para proporcionar não só ampliação de conhecimento, mas também a compreensão de certas questões.
Os artigos, por serem completos, permitem ao leitor repetir a experiência devido a forma em que foram expostas as informações. O conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e, em geral, segundo Lakatos e Marconi, eles deverãoa) versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido;
b) oferecer soluções para questões controvertidas;
c) levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias novas, para sondagem de opiniões ou atualização de informes;
d) abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma.
Assim sendo, há de se observar a estrutura, ao escrever-se um texto dessa envergadura. (Referência Bibliográfica: LAKATOS, Eva M. &MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991, 3 edição.)
RESENHA
Resenha é um tipo de resumo – forma de reunir e apresentar, por escrito, de maneira concisa, coerente, e freqüentemente seletiva, as informações básicas de um texto preexistente, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância –.
O resenhista lê uma obra, ou texto, sublinha os fatos importantes, analisa-os, interpreta-os de forma crítica, pois a resenha tem, por finalidade, informar, de maneira objetiva e cortês, sobre determinado assunto tratado, evidenciando a contribuição do autor , mostrando novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias; porém, ele deve apontar as falhas e os erros de informações, bem como tecer elogios aos méritos da obra, sem, contudo, emitir um juízo de valor ou deturpar o pensamento do autor.
Para elaborar uma resenha, são necessários alguns requisitos:“a) conhecimento da obra; b) competência na matéria;
c) independência de juízo;
d) correção e urbanidade;
e) fidelidade ao pensamento do autor.”
Logo, a RESENHA é de suma importância ao leitor, pois apresenta uma síntese das idéias fundamentais de uma obra, tendo em vista a explosão da literatura técnica e científica e a exigüidade de tempo do trabalho intelectual (Referência Bibliográfica: LAKATOS, Eva M. &MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991, 3 edição.)
ENSAIO
Etimologicamente, ENSAIO vem da palavra latina “exagiu(m)” – ação de pensar, abrangendo semanticamente os sentidos de provar, experimentar, tentar; possuindo correspondentes em outras línguas. Suas características são várias, porém, citam-se algumas:
a) não é uma descrição nem narrativa, mas dissertação;
b) a dissertação do ensaio é a exposição de idéias próprias ou alheias acerca de um tema determinado, entretanto, tem a marca pessoal do EU;
c) sua linguagem deve situar-se no âmbito da ciência, da técnica, em tom mais referencial que emotivo, ou conotativo, para isso, usa-se a terceira pessoa verbal.
d) Apresentam-se serenidade e equilíbrio no conteúdo.
REFLEXÃO
REFLEXÃO tem várias significações, no entanto, cita-se, apenas, uma utilizando o Novo Dicionário Aurélio: “Volta da consciência, do espírito, sobre si mesmo, para examinar seu próprio conteúdo por meio do entendimento, da razão”. Isso mostra quão importante é a observação imparcial dos acontecimentos, a fim de poder analisá-los e emitir uma opinião, haja vista que tudo que é apreendido deve ser compreendido na essência, não apenas na superfície, entrevendo todos os ângulos de abordagem para não ficar aquém do fato em sua primordialidade.
POEMA
O poema é um tipo de composição literária que faz uso de uma linguagem específica. Diferente da linguagem dos gêneros de prosa ( o conto, a novela, o romance). E não se trata apenas da mera disposição do texto em verso ou em prosa, cujas barreiras foram quebradas modernamente, originando os chamados “poemas em prosa” ou “prosas poéticas”.
A linguagem do poema, além do recurso do verso e de rimas em final de verso, contém outros componentes que lhe são inerentes: o ritmo, a musicalidade em geral, as imagens e os símbolos.
Dada a natureza simbólica da linguagem poética, não se pode depreendê-la instantânea e objetivamente, trata-se de uma linguagem subjetiva, ambígua, conotativa, que não deve ser lida como a de um jornal ou um livro didático.
Não se faz de ninguém um poeta. O poeta se faz sozinho, a partir de sua próprias vivências e experiências com o mundo e com o universo das palavras.
O pensador francês Gaston Bachelard (1884-1962) assim comenta sobre o poema e sua relação com as palavras:
As palavras – eu o imagino freqüentemente – são pequenas casas com porão e sótão. O sentido comum reside ao nível do solo, sempre perto do ‘comércio exterior’, n no mesmo nível de outrem, este alguém que passa e que nunca é sonhador. Subir a escada na casa da palavra é, de degrau, em degrau, abstrair.
Descer no porão é sonhar, é perder-se nos distantes corredores de uma etimologia incerta, é procurar nas palavras tesouros inatingíveis. Subir e descer, nas próprias palavras, é a vida do poeta. Subir muito alto, descer muito baixo; é permitido o poeta unir o terrestre ao éreo.
(Apud Fernando paixão, O que é poesia. São Paulo: Brasiliense,1998, p.80.)
Apesar de não se poder criar um poeta, de não existirem fórmulas prontas para isso, Ter consciência e domínio de certas técnicas freqüentemente usadas nos poemas pode ajudar. As mais importantes são o ritmo, a sonoridade e as imagens. (CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
CONTO
Conto é uma breve e completa estória em prosa que pretende produzir um efeito singular (único) planejado pelo autor. As características gerais são: poucas personagens bem descritas, poucos incidentes bem delineados e um breve motivo.
Há uma impressão única dada por todo evento, todos os elementos ( personagens, ação, cenário) possuir, apenas um lugar, um tempo, uma emoção, um conflito. A introdução estabelece o tom emocional e apresenta o conflito; a emoção, que normalmente em ficção apareceria depois, começa quase imediatamente; o “ turning point” e o clímax estão quase juntos e, raramente, há lugar para ação descendente. Deve haver economia de linguagem; os diálogos são penetrantes e convincentes, podendo ser: direto, indireto interior (monólogo interior); a narração e a descrição em reduzida quantidade, a dissertação, via de regra, é ausente. O único efeito singular deve Ter um traço característico intensificado, reação de acordo com a situação e um elemento dominante (personagem, incidente, cenário, atmosfera...)
Em suma, o conto é uma narrativa em prosa marcada por brevidade, conclusão e possui técnica específica (abertura clara – esclarecedora e curta), contendo um ininterrupto fluxo de ação e uma conclusão lógica
O conto longo e o conto curto - Diferenças
(segundo Benhamim Heydrick em “ Tipos de literatura”)
Conto longo
1. Interessado em um aspecto geral: é plano, linear, longo.
2. Interessado no mundo externo: a estória em si mesma.
3. Nenhum aspeto permanece acima de um outro.
4. Não apresenta interferência de reação psicológica.
Conto curto
1. Interessado em um aspecto definido.
2. Interessado no mundo interior, na reação das personagens.
3. Acentua mais o clima, dirige-se para o efeito singular (único).
4. Apóia-se num conflito psicológico.
3-COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL
Por: Dimas Antônio
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz. Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto. Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual. Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”. Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual. Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto: 1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de mesmo campo associativo. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / desgastante). 3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima) 4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). 5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato. 6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos
advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Guimarães (2) nos ensina a esse respeito: “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).” Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos.Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência se relaciona intimamente a contexto. Como nosso intuito nesta página é a apresentação de conceitos, sem aprofundá-los em demasia, bastam-nos essas informações. Vejamos como o examinador tem abordado o assunto:
4- VARIANTES LINGUÍSTICAS
Variantes
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia:
- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular);- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida.
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.
Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante. Uma frase como “o povo exageram” tem o mesmo sentido que “o povo exagera”. Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo, é sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo. Hoje, a concordância é com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. No português atual, uma frase como “o povo exageram”, embora não contenha nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante.
Os vestibulares inovadores exploram as variantes lingüísticas de uma maneira bem mais apropriada, reconhecendo a sua utilidade para criar variados efeitos de sentido: caracterizar personagens no interior de um texto narrativo; estabelecer relações de intimidade entre os falantes; ridicularizar pessoas que as utilizam inadequadamente, etc.
Os vestibulares tradicionais, quando tratam das variantes, quase só se preocupam com o que chamam de correção gramatical, postulando como falar correto apenas aquele que corresponde às normas da linguagem culta e formal.
Para resolver essas chamadas questões de correção de frases, é aconselhável adotar os seguintes cuidados:
- checar problemas ligados à acentuação, à crase e à grafia de palavras problemáticas (especialmente aquelas que têm grafias semelhantes);- observar o verbo em três níveis: - a conjugação; - a concordância; - a regência;- observar os pronomes em dois níveis: - a colocação; - o uso da forma adequada à sua função sintática;- observar se as palavras estão empregadas na sua forma e no seu sentido correto. A questão que segue é um bom exemplo de proposta de correção lingüística no estilo tradicional.
(U. F. PERNAMBUCO) — Observe os inconvenientes lingüísticos e reescreva a frase de forma que atenda à norma-padrão: Convidamos aos professores para que dê início as discursões dos assuntos em palta.
R.: Convidamos os professores para que dêem início às discussões dos assuntos em pauta.
Os vestibulares modernos exploram as variantes de maneira diferente, solicitando, por exemplo, comentários sobre o uso de certas variantes e propondo comparações entre elas, como na questão que segue.
(U. F. VIÇOSA) — Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente solicitar-lhe se digne emprestar-me o livro.” A atitude desse aluno se assemelha à atitude do indivíduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando “smoking”. b) vai à audiência com uma autoridade de “short” e camiseta. c) vai à praia de terno e gravata. d) põe terno e gravata para ir falar na Câmara dos Deputados. e) vai ao Maracanã de chinelo e bermuda.Por: Curso Anglo
5-
Língua Falada e Língua Escrita
Por:EUC- Dimas Antônio
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação lingüística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, lingüistas e outros especialistas.
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.
5.1- PRINCIPAIS REGRAS DE ORTOGRAFIA
Por: Dimas Antônio
"A competência para grafar corretamente as palavras está diretamente ligada ao contato íntimo com essas mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário. Trata-se de um processo constante, que produz resultados a longo prazo." (Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante, Gramática da Língua Portuguesa)
Orientações Gerais
1) Devemos empregar "ss" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir".
Exemplos:
AGREDIR / AGRESSÃO PROGREDIR / PROGRESSÃO REGREDIR / REGRESSÃO TRANSGREDIR / TRANSGRESSÃO
ADMITIR / ADMISSÃO DEMITIR / DEMISSÃO OMITIR / OMISSÃO PERMITIR / PERMISSÃO TRANSMITIR / TRANSMISSÃO
ACEDER / ACESSO CEDER / CESSÃO CONCEDER / CONCESSÃO EXCEDER / EXCESSO, EXCESSIVO SUCEDER / SUCESSÃO
DISCUTIR / DISCUSSÃO PERCUTIR / PERCUSSÃO REPERCUTIR / REPERCUSSÃO
2) Devemos empregar "s" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "ender", "verter" e "pelir".
Exemplos:
APREENDER / APREENSÃO ASCENDER / ASCENSÃO COMPREENDER / COMPREENSÃO DISTENDER / DISTENSÃO ESTENDER / EXTENSÃO PRETENDER / PRETENSÃO SUSPENDER / SUSPENSÃO TENDER / TENSÃO
VERTER / VERSÃO REVERTER / REVERSÃO CONVERTER / CONVERSÃO SUBVERTER / SUBVERSÃO
EXPELIR / EXPULSÃO REPELIR / REPULSÃO
3) Devemos empregar "ç" em todos os substantivos derivados dos verbos "TER" e "TORCER", mais seus derivados.
Exemplos:
ABSTER / ABSTENÇÃO ATER / ATENÇÃO DETER / DETENÇÃO MANTER / MANUTENÇÃO RETER / RETENÇÃO TORCER / TORÇÃO DISTORCER / DISTORÇÃO CONTORCER / CONTORÇÃO
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SINTAXE DA ORAÇÃO
Gramática
1. Sujeito e predicado
sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.predicado: termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.
Tipos de sujeito
Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode ser explicitado. A noite chegou fria.O sujeito determinado pode ser:Simples: tem só um núcleo: A caravana passa.Composto: tem mais de um núcleo: A água e o fogo não coexistem.Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível identificá-lo pelo contexto.(?) Falaram de você.(?) Falou-se de você.Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.Choverá amanhã.Haverá reclamações.Faz quinze dias que vem chovendo.É tarde
2. Termos ligados ao verbo
- Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória.Os pássaros fazem seus ninhos.- Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória.A decisão cabe ao diretor. - Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que ocorre a ação.O cortejo seguia pelas ruas.- Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem executou a ação.O fogo foi apagado pela água.
3. Termos ligados ao nome
Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de verbo. As fortes chuvas de verão estão caindo.Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e do objeto.
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um equivalente do nome a que se refere.O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o qual se projeta a ação.Procederam à remoção das pedras.
4. Vocativo:
Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite a anteposição da interjeição ó.Amigos, eu os convido a sentar.SINTAXE DO PERÍODO1. Orações subordinadas substantivasSão aquelas que desempenham a mesma função sintática do substantivo.Os meninos observaram que você chegou. (a sua chegada)- Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.É necessário que você volte.- Objetiva direta: exerce a função de objeto direto da oração principal.Eu desejava que você voltasse.- Objetiva indireta: exerce a função de objeto indireto do verbo principal.Não gostaram de que você viesse.- Predicativa: exerce a função de predicativo.A verdade é que ninguém se omitiu.- Completiva nominal: desempenha a função de complemento nominal.Não tínhamos dúvida de que o resultado seria bom.- Apositiva: desempenha a função de aposto em relação a um nome.Só nos disseram uma coisa: que nos afastássemos.2. Orações subordinadas adjetivasSão aquelas que desempenham função sintática própria do adjetivo.Na cidade há indústrias que poluem. (poluidoras) - Restritiva: é aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome relativo e não vem entre vírgulas.Serão recebidos os alunos que passarem na prova.- Explicativa: é aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propriedade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por pronome relativo e vem entre vírgulas.Os homens, que são racionais, não agem só por instinto.3. Orações subordinadas adverbiaisSão aquelas que desempenham função sintática própria do advérbio.O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)- Causal: indica a causa que provocou a ocorrência relatada na oração principal.A moça atrai a atenção de todos porque é muito bonita.- Consecutiva: indica a conseqüência que proveio da ocorrência relatada na oração principal.A moça é tão bonita, que atrai a atenção de todos.- Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal. Se você correr demais, ficará cansado.- Comparativa: estabelece uma comparação com o fato expresso na oração principal.Lutou como luta um bravo.- Concessiva: concede um argumento contrário ao evento relatado na oração principal.O time venceu embora tenha jogado mal.- Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração principal.Tudo ocorreu conforme os jornalistas previram.- Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.Estudou para que fosse aprovado.- Temporal: indica o tempo em que se realiza o evento relatado na oração principal.Chegou ao local, quando davam dez horas.- Proporcional: estabelece uma relação de proporcionalidade com o verbo principal.Aprendemos à medida que o tempo passa.4. Orações coordenadasSão todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.Chegou ao local // e vistoriou as obras.As coordenadas podem ou não vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que não se iniciam.Presenciei o fato, mas ainda não acredito. or. c. assindética or. c. sindéticaAs coordenadas assindéticas não se subclassificam.As coordenadas sindéticas subdividem-se em cinco tipos:- Aditiva: estabelece uma relação de soma.Entrou e saiu logo.- Adversativa: estabelece uma relação de contradição.Trouxe muitas sugestões, mas nenhuma foi aceita.- Alternativa: estabelece uma relação de alternância.Aceite a proposta ou procure outra solução.- Conclusiva: estabelece relação de conclusão.Penso, portanto existo.- Explicativa: estabelece uma relação de explicação ou justificação. Contém sempre um argumento favorável ao que foi dito na oração anterior.Ele deve ser estrangeiro, pois fala mal o português.Questão de análise sintática típica dos vestibulares tradicionais:(U. F. PERNAMBUCO) — No período “nunca pensei que ela acabasse”, a oração sublinhada classifica-se como: a) subordinada adjetiva restritiva; b) subordinada adjetiva explicativa; c) subordinada adverbial final; d) subordinada substantiva objetiva direta; e) subordinada substantiva objetiva indireta.(R.: D)Questão de análise sintática típica dos vestibulares inovadores:Esta questão coloca em jogo a combinação sintática entre duas orações e o significado resultante dela, sem exigir análise formal nem o conhecimento de nomenclatura.(U. F. PELOTAS) — A questão da incoerência em um texto quase sempre se liga a aspectos que ferem o raciocínio lógico, a contradições entre uma passagem e outra do texto ou entre o texto e o conhecimento estabelecido das coisas.O fragmento da entrevista concedida pela atriz e empresária Íris Brüzzi, descartada a hipótese de utilização da ironia, apresenta esse problema.“R – Qual é o segredo para conservar sua beleza através dos tempos?Íris – Acredito muito na beleza interior, a de fora acaba. A natureza tem sido generosa comigo. Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.(Diário Popular, 1996)”.a) Transcreva a frase que apresenta a incoerência.R.: “Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.”b) Reescreva essa frase, eliminando a incoerência.R.: Desculpe a falta de modéstia, mas continuo bonita. ou Desculpe a imodéstia, mas continuo bonita.
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Significado das palavras
Para se entender o significado das palavras devemos conhecer o siginificado de sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos.
O que é o Significado das Palavras?
Palavras sinônimas - duas ou mais palavras que tem um significado semelhante ou o mesmo significado. Exemplos: casa / lar / moradia / residêncialonge / distantedelicioso / saborosocarro / automóveltriste /melancólicoresgatar / recuperarmaciço / compactoHá dois tipos de sinônimos:As palavras que se identificam exatamente são conhecidas como sinônimo perfeito (casa - lar). As palavras que se identificam por aproximadamente são conhecidas como sinônimos imperfeitos (esperar e aguardar).Palavras antônimas - duas ou mais palavras têm significados se opõe Exemplos: amor / ódioluz / trevasmal / bemausência / presençafraco / forteclaro / escurosubir / descercheio / vaziopossível / impossível
Palavras homônimas - duas ou mais palavras apresentam a mesma grafia e a mesma pronúncia, mas possuem significados diferentes.Agora vou colocar "extrato" de tomate, para a carne. Agora tenho que ir ao banco pegar o "extrato".A "manga" da blusa era azul.A minha fruta preferida é a "manga".
Eu "rio" tanto.Da minha casa eu consigo ver o "rio".Há três tipos de homônimos:
Homônimos perfeitos onde as palvras possuem a mesma grafia e o mesmo som.Homem são (saúde), São João (título) São várias as causasComo vai? Eu como feijão
Homônimos homófonos onde as palavras tem o mesmo som porém a grafia é diferente.
sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder);concerto (musical) e conserto (remendo).
Homônimos homógrafos
Têm a mesma grafia e sons diferentes.
Almoço (ô) – substantivo Almoço (ó) – verbo
Jogo (ô) – substantivo Jogo (ó) – verbo
Para – preposição Pára – verbo
Parônimos são palavras diferentes no sentido, mas com muita semelhança na escrita e na pronúncia.
Exemplos :Infligir / infrigirRetificar / ratificarVultoso / vultuoso
Polissemia
Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca)banco (instituição comercial financeira, assento)manga (parte da roupa, fruta)
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